O líder tem que ser um agente de mudanças

A relação de confiança com os liderados é o que sustenta grandes resultados; coerência entre discurso e prática é fundamental  

Contar com um líder dentro da empresa sempre foi importante, mas desde que a pandemia se iniciou e deu vez a um novo cenário que exige tantas adaptações em meio a uma aceleração de tendências que têm afetado todos os segmentos de mercado (para o bem ou para o mal), a capacidade de liderar a mudança se tornou uma competência ainda mais decisiva. O assunto, de relevância ímpar para o momento atual, será abordado de maneira aprofundada no Painel Online DS CONNECT no dia 11 de março, às 20 horas, com o tema “A gestão do amanhã chegou – como manter o seu time engajado ao longo de 2021”.

O palestrante e consultor empresarial há 20 anos, Wellington Moreira, que será um dos convidados do evento, adianta que uma boa liderança é indispensável para o contexto de transformação. Um dos principais papéis que um líder tem, segundo ele, é o de ser um agente de mudanças. E isso vale em qualquer tipo de organização e não apenas em empresas. “Nós sabemos que alguém é um líder eficaz ao analisarmos o que de importante ele conseguiu tirar do papel desde que assumiu a gestão do negócio (para quem é diretor, por exemplo). Percebemos uma mudança entre o antes e o depois e as iniciativas passam a dar frutos”, comenta. 

Para vermos essas mudanças na prática é imprescindível que haja influência da liderança sobre o time, principalmente por meio do bom exemplo. Como coloca Moreira, “o áudio e o vídeo precisam estar em sintonia, sem delay”. Em outras palavras, o líder não pode dizer uma coisa e fazer outra bem diferente, ele precisa ajustar o discurso à prática, pois a incoerência é uma das principais falhas em qualquer exercício de liderança. 

Além disso, estar à frente de uma equipe exige que o gestor seja flexível e situacional, pois não há uma receita pronta. Segundo o palestrante, que também atua como diretor-executivo da Caput Consultoria, todos os estudos realizados nas últimas décadas indicam que não existe um perfil ideal de liderança, sendo assim, a forma adequada de atuação sempre vai depender do contexto do trabalho (tipo de negócio da empresa, tamanho da companhia, cultura organizacional etc.) e também da maturidade dos liderados que compõem o time.

O que não muda é a necessidade de se criar relações de confiança com os colaboradores. “A confiança é a grande ‘cola’ que sustenta o desempenho das equipes de alta performance. Se as pessoas não confiam em seu líder, ou vice-versa, o que acaba imperando é o medo e a angústia”, alerta, comparando com a relação entre pais e filhos. “A mesma coisa vale inclusive em casa: quando os filhos não têm uma relação de confiança com os seus pais, a capacidade destes influenciarem aqueles é mínima”.

Ainda, para atingir o sucesso numa jornada de mudança, é preciso considerar alguns tópicos fundamentais, como: comprometimento da liderança com o negócio, estabelecimento de uma comunicação clara e transparente em todos os níveis, disposição para inovar e coragem para fazer acontecer a mudança cultural.

Mas, se por um lado o líder tem o “poder” de impactar positivamente o processo de transformação da empresa, ele também pode prejudicá-la com atitudes negativas que, portanto, precisam ser evitadas. Confira abaixo três delas, muito comuns nos negócios:

– Espírito derrotista: Às vezes, o projeto ainda está no começo e o líder desmotiva a equipe inteira com frases, como: “Acho que isso não vai dar certo”.

– Resistência ao novo: Ele é intolerante a tudo aquilo que se propõe fazer de diferente na companhia com afirmações do tipo: “Essas coisas não vão funcionar em nosso negócio. Vocês vão ver”.

– Ausência de metas: O líder até apoia as mudanças, mas não apresenta alvos claros que mostrem às pessoas exatamente qual montanha devem subir. Resultado: muita iniciativa e pouco resultado prático. As coisas continuam iguais àquilo que já era feito antes.

Sobre o palestrante

Wellington Moreira, que é mestre em Administração de Empresas e MBA em Gestão de Pessoas e professor em cursos de Pós-Graduação, contribuirá com sua experiência à frente de Programas de Desenvolvimento de Liderança em companhias de diferentes regiões do país. Ele também é autor dos livros “Como desenvolver líderes de verdade” (Ed. Ideias & Letras), “Líder tático” e “O gerente intermediário” (ambos pela Ed. Qualitymark).

DS CONNECT
Para mais informações sobre o Painel DS CONNECT, acesse o site do evento: https://www.sympla.com.br/a-gestao-do-amanha-chegou-como-manter-o-seu-time-engajado-ao-longo-de-2021__1132723. A inscrição é gratuita e as vagas são limitadas.

Como transformar a cultura da sua empresa?

Tempo, esforço, foco e um plano de ação bem estruturado são essenciais para que a mudança aconteça

Nos últimos anos, o ritmo das mudanças no meio empresarial tornou-se bastante acelerado. Em 2020, em virtude da pandemia do novo coronavírus, ficou ainda mais evidente a necessidade de se reinventar, seja para enfrentar as dificuldades impostas pelo novo cenário ou para aproveitar o momento e expandir o negócio. Não há dúvida de que o momento é de transformação, mas não basta apenas decidir mudar e tomar decisões importantes da noite para o dia. A regra de ouro é focar na cultura organizacional, pois ela é indispensável para definir como a empresa se posiciona e se diferencia no mercado.

Antes de mais nada, vale entender o que significa este termo. Cultura organizacional (também chamada de cultura empresarial e corporativa) consiste na definição da forma com que a organização conduz seus negócios e se relaciona com seus clientes e colaboradores. De acordo com a psicóloga Simone Martins, fundadora e consultora da Plug RH, é o “jeitão” da companhia, são seus ritos, artefatos e atributos: “A cultura organizacional é o DNA da organização, seja ela uma gigante ou uma microempresa”, define.

Diante de um contexto de transformações pelo qual muitos estão passando, é importante falar sobre cultura corporativa, pois qualquer mudança que impacta uma empresa vai impactar também a sua cultura. Não basta simplesmente circular um memorando informando o que será diferente a partir de amanhã, é necessário concretizar um novo método que envolva as características que constituem a essência da empresa.

Conforme Simone, geralmente, a transformação ou a mudança que são desejadas estão completamente opostas à cultura da companhia, ao seu jeito de ser. No entanto, ela garante que mudar é possível desde que exista uma jornada que envolva mudança de ritos dentro da empresa, (se necessário) na forma de estabelecer o poder, no envolvimento de mais pessoas nas decisões, na aquisição de inteligência artificial para o negócio ganhar agilidade e na adoção de formas diferenciadas de gerenciamento dos times.

Tempo, esforço, foco e um plano de ação muito estruturado serão essenciais para que a transformação ocorra, assim como a mudança de alguns ritos e artefatos da velha cultura em prol da nova cultura. Vale lembrar que o posicionamento da liderança neste processo é fundamental. “Se a alta direção da companhia não assumir um papel de embaixador dessa nova cultura, nada acontece. Ela deve ser a grande gerenciadora da mudança, atuar no mindset, trazer um outro olhar e ensinar os funcionários a entenderem a importância de novas formas de trabalho, de novas formas de fazer a mesma atividade”, ensina a consultora da Plug RH.

No Brasil, empresas que têm um olhar mais à frente vêm percebendo a importância da transformação há pelo menos 10 anos, no entanto, a pauta se destacou no último ano porque, com a chegada da pandemia, muitas companhias tiveram de fazer demissões de maneira desestruturada, colocaram colaboradores em home office às pressas e precisaram pensar em novos modelos de trabalho num piscar de olhos. Neste contexto, a cultura organizacional ganhou evidência quando algumas empresas começaram a fazer ensaios para mudança e não conseguiram mudar. 

Planejamento estratégico

Como falar de transformação digital numa cultura conservadora? Como empoderar as pessoas se o poder está centralizado? Como delegar mais se os líderes são centralizadores? Como motivar os times da empresa a produzirem mais se ela não compartilha seus resultados? Como trazer para uma cultura de muito empreendedorismo o mínimo de processo, de rotina?  

Para quem quer se transformar, o primeiro passo é elaborar um planejamento de negócio muito claro que mostre para onde a empresa quer ir e em quanto tempo. Com base nisso, deve ser feito um levantamento de quais perfis são necessários para ela. “O processo não é muito complexo, mas exige uma liderança interna de RH forte em cultura e processos ou uma consultoria de RH especializada que faça um redesenho organizacional e a implantação da cultura organizacional”, orienta a consultora. 

Painel DS CONNECT

Simone Martins será palestrante no Painel Online DS CONNECT – da DS Contadores Associados, que será realizado no dia 11 de março, às 20 horas, com o tema “A gestão do amanhã chegou! Como manter o seu time engajado ao longo de 2021” (site do evento para inscrição: https://www.sympla.com.br/a-gestao-do-amanha-chegou-como-manter-o-seu-time-engajado-ao-longo-de-2021__1132723). 

Além de psicóloga com MBA em Gestão de Pessoas e Coach Executivo certificado pelo ICI/ICF, Simone Martins reúne passagens como HR Leader em empresas como Grupo TV1, Bunge Alimentos, Cervejarias Kaiser e Coca-Cola Femsa. Também é fundadora da Plug RH, na qual conecta sua experiência de mais de 20 anos de carreira executiva com a atuação como consultora.

Ana Maniaes conta para o DS INSPIRA como foi o processo de sucessão no Colégio Educar

Ana Maniaes, diretora do Colégio Educar, de Londrina (PR), passou pelo processo de sucessão familiar ao longo de 2019 e, como todos os empresários, está passando pelos desafios da pandemia da Covid-19 desde o início de 2020. 

Ela inaugurou o DS INSPIRA, uma série de vídeos com histórias inspiradoras de empresários, e mostrou a importância de seguirmos em frente, mesmo em momentos difíceis, e de entendermos as pessoas como o ativo mais importante das empresas. 

O sucesso de uma gestão empresarial depende de uma equipe unida, engajada e olhando para a mesma direção. Resiliência, planejamento e comprometimento são itens fundamentais para o momento de uma sucessão familiar e para superar os diferentes desafios de uma empresa.

Planejamento sucessório familiar: proteção para o patrimônio

Organização minimiza possibilidade de riscos futuros, evita conflitos entre herdeiros e favorece a diminuição da carga tributária  

Quando o assunto é o amanhã, muitos podem pensar que o domínio sobre o que há de vir é utopia. Mas o visionário Peter Drucker, considerado pai da Administração Moderna, não concordou com essa premissa, ao contrário, defendeu que “a melhor maneira de prever o futuro é criá-lo”. De fato, para quem almeja assegurar os seus bens e dar continuidade ao seu legado com mais segurança e tranquilidade precisa se ocupar em planejar a sucessão com sua família.

Tido como uma alternativa que minimiza possibilidades de litígios entre os beneficiários (quando o proprietário/patriarca/matriarca vier a faltar) e uma alternativa menos desgastante de divisão dos bens, o planejamento familiar sucessório também é uma forma de evitar eventos e decisões indesejáveis. Por meio dele é possível estabelecer oficialmente uma série de regras que poderão minimizar conflitos entre os herdeiros, riscos e incertezas para o negócio ou patrimônio.

Pensar na própria morte pode não ser uma tarefa fácil, mas já que existe um mecanismo jurídico que garante a continuidade dos negócios, que preserva a vontade do líder da família e oferece segurança financeira para os sucessores, por que não usufruir dele? Além disso, o documento de sucessão simplifica e agiliza a liberação de recursos e ativos que, em um processo de inventário, poderia levar anos, especialmente em casos de conflito entre os favorecidos.

Com esse planejamento, aquele que detém os bens informa como gostaria que eles fossem partilhados em sua ausência e isso ocorre sem disputa ou interferência dos beneficiários”, esclarece Dr. Reginaldo Santana, sócio da DS Contadores Associados. No caso das empresas, também é possível definir quem será o herdeiro que ficará responsável por manter a administração. Outra vantagem deste trabalho prévio é a diminuição da carga tributária, afinal, o planejamento sucessório proporciona menor oneração fiscal se comparado a um processo comum de sucessão. 

Por onde começar?

O primeiro passo para a elaboração do planejamento sucessório familiar é a contratação de um advogado que buscará na legislação as melhores opções que atendam aos desejos do detentor do patrimônio. “Neste processo, é importante ter o acompanhamento de um contador, pois ele é o profissional que tem o conhecimento necessário para facilitar a operação e apresentar uma tributação mais inteligente”, observa Santana. 

Definidas as regras e as condições que deverão ser implementadas, a assessoria contábil realiza o trabalho de constituição da empresa, de apuração fiscal dos tributos e de atendimento das obrigações estabelecidas pelo Fisco. “É preciso pensar na forma de condução do negócio e, com certeza, a DS pode contribuir”, completa o contador. 

Precificação é fundamental para o sucesso do negócio

Além de trazer lucros, uma boa estratégia de formação de preço pode gerar competitividade e atrair consumidores

Por considerarem o tema da precificação complexo ou mesmo desconhecerem a sua importância, muitos gestores acabam deixando essa estratégia de lado e cometendo erros básicos. É justamente aí que eles caem em armadilhas que podem ser muito prejudiciais para o negócio. De fato, a formação de preço é uma das maiores empreitadas do administrador, pois o grande desafio está em encontrar o equilíbrio entre os custos de produção, o valor que a concorrência cobra e a margem de lucro. Independentemente do ramo de atuação e dos produtos e serviços oferecidos, é indispensável que o preço repassado para os clientes cubra os gastos da empresa e proporcione lucro. 

O diretor contábil Márcio Dorigon, sócio da DS Contadores Associados, explica que para que essa conta feche, a regra é: não cobrar tão barato a ponto de tornar o lucro irrisório ou insuficiente para cobrir os gastos de manutenção das atividades da empresa. Também é necessário considerar que há fatores de mercado que podem reduzir a procura pelo que o negócio tem para oferecer. Um exemplo é a elasticidade do preço, que trata-se da probabilidade de um produto ou serviço ser substituído por outro pelo consumidor. 

Sendo assim, uma boa formação de preço de venda é muito importante para a saúde financeira do negócio, pois permite que a empresa tenha condições de manutenção de mercado ou ampliação de atuação, gerando riqueza, emprego, renda e outros valores sociais para aqueles que são partes interessadas no setor ou até mesmo para o ambiente de negócio da empresa. Tão importante quanto vender, fazer a precificação correta pode ser a diferença entre ficar pelo caminho ou seguir em frente.

Produtos x serviços

Antes de mais nada, é necessário entender que a formação de preço de produtos e de serviços é totalmente diferente. “É bem mais difícil determinar quanto vale um serviço do que fazer o mesmo com um produto, já que estamos falando de um bem que não pode ser tocado ou carregado, pois o seu valor está na segurança, na confiança, na transparência.”, observa Dorigon. Os serviços, conforme completa, têm limitação de disponibilidade de pessoas, qualificação e até mesmo a presença de cliente que queira consumi-lo.

Os produtos, por sua vez, podem ser guardados e armazenados em estoque, esgotando-se e perdendo prazo de validade. Além disso, a definição de preços de um produto se torna mais fácil, inclusive, porque é possível fazer a mensuração por meio de métricas de massa (gramas, quilogramas, toneladas), tamanho (centímetros, metros) ou volume (litros ou metros cúbicos). 

Para se chegar ao preço ideal é necessário considerar alguns fatores como um registro dos atos e fatos que envolvem a operação da empresa na manutenção do negócio, ou seja, o registro diário dos custos, despesas e perdas que deverá ser retratado com a contabilidade gerencial, que irá subsidiar as informações para que elas possam ser trabalhadas na formação de preço. 

Confira as PRINCIPAIS DICAS para fazer a precificação de produtos ou serviços de forma estratégica: 

– Conheça seus custos, despesas e regime de tributação.

– Defina uma margem de lucro que possibilite o reinvestimento e uma parcela de remuneração aos sócios.

– Leve o mercado em consideração, ou seja, o setor que pretende atuar.

– Use o mark-up (índice usado para a formação do preço de venda aplicado sobre o custo dos produtos).

– Encontre o ponto de equilíbrio do negócio (parâmetro que determina o momento em que a empresa iguala custos com receitas).

A DS Contadores Associados conta com uma equipe de profissionais capacitados para tirar dúvidas, orientar e assessorar empresas.

Não basta decolar: é preciso ter um plano de voo

A pandemia do COVID-19 trouxe para as empresas a exata dimensão da necessidade de uma gestão financeira eficiente. Um excelente time de profissionais e uma boa infraestrutura não bastam, se isso não for aliado a uma gestão preventiva, planejada e atenta às mudanças de cenários. Muitas empresas estão iniciando o ano de 2021 com a missão de se reinventarem ou de transformarem seus negócios para se adequarem aos novos desafios do mercado.

É hora de decolar novamente, mas, antes, é preciso ter um plano de voo detalhado.

O planejamento financeiro empresarial, disciplina fundamental para gerir uma empresa com mais segurança, otimização de processos e previsibilidade de crescimento, torna-se ainda mais crucial no gerenciamento de uma crise econômica e, principalmente, no momento de retomada para o crescimento. O empresário com um planejamento estratégico bem desenhado e com um histórico detalhado do seu fluxo de caixa, encontra, mais facilmente, alternativas para retomar a saúde das finanças empresariais e, se necessário, para reinventar seu negócio.

É comum o planejamento financeiro ser negligenciado por pequenas e médias empresas, não por falta de conhecimento do executivo, mas por não ser colocado como item prioritário na rotina da empresa. Em cenários adversos, como o da pandemia atual, a falta deste planejamento torna a vida destes empresários ainda mais difícil. Sem uma visão orçamentária clara, muitos acabam tomando decisões erradas e colocando em risco a vida do negócio.

O que é um planejamento financeiro?

O planejamento financeiro é um conjunto de ações, ferramentas e processos de controle com o objetivo de entender, organizar, direcionar e administrar os recursos financeiros de uma empresa. Em outras palavras, é a interação entre receitas, investimentos, custos e despesas com o objetivo de garantir uma empresa viável e lucrativa. É ele que apresentará sua saúde financeira atual e os resultados financeiro-econômicos previstos para os próximos meses.

Basicamente, as etapas de um planejamento financeiro empresarial são:

  1. Análise da situação atual, levantando todas as informações suficientes para traçar de forma clara as ameaças e oportunidades do mercado, assim como, os pontos fortes e fracos da organização. A matriz SWOT é uma ferramenta que pode ser usada para iniciar um planejamento.
  2. O próximo passo é definir as metas da empresa e criar um plano de ação para alcançar os objetivos traçados. É importante ter clareza das tarefas necessárias com prazos e responsáveis para cada objetivo colocado no plano. 
  3. A etapa seguinte seria desenhar um plano orçamentário detalhado e com metas mensais, trazendo as projeções de receitas, investimentos, despesas e custo. São três os principais tipos de planejamento financeiro a serem elaborados: os de curto prazo (3 meses a 1 ano), médio prazo (1 a 3 anos) e longo prazo (3 a 5 anos). 
  4. Antes de iniciar a execução do plano, é fundamental realizar um exercício para tentar prever cenários alternativos em caso de necessidade de ajustes no plano. Diante da relação levantada entre investimentos, receitas, custos e despesas e, de acordo com o período que vão se referir, definem-se metas para esse período e desenvolve-se planos de ação em três cenários: estressado, moderado e otimista. Ao pensar neles, as empresas têm a possibilidade de prever mudanças e definir protocolos de ação.

É igual para todo mundo?

Não. Embora existam pontos comuns em todo o planejamento financeiro, o empresário deve atentar-se às especificidades de cada negócio. Por isso, a necessidade de um profissional especialista em gestão financeira e contábil para guiar a empresa durante o planejamento. Uma instituição de ensino, por exemplo, precisaria levar em conta o ciclo anual e semestral da educação para formar a anuidade (valor aplicado pelos pais na contratação dos serviços educacionais), as instabilidades e gastos que são próprios de empresas do ramo educacional,  o perfil do consumidor e outras especificidades para compor seu planejamento financeiro.

Como o planejamento financeiro ajudou empresas a passarem pela pandemia?

Todos os negócios foram impactados pela pandemia do Covid-19 de alguma forma. O planejamento financeiro não eximiu as empresas de passarem por situações adversas ou de enfrentarem crises econômicas. No entanto, gestores que tinham um planejamento claro e bem desenhado, puderam repensar rotas e até repensarem modelo de negócio com mais agilidade e segurança.

Ter uma gestão financeira planejada é também ter a possibilidade de ver uma crise se aproximando e encontrar com mais facilidade meios para sobreviver ao momento. Um bom planejamento já prepara a empresa para mudanças de rotas em cenários de grande estresse e direciona o negócio para a retomada e o crescimento econômico”, lembra Márcio Dorigon, especialista em planejamento financeiro e sócio da DS Contadores.

O ano de 2021 inicia-se com grandes perspectivas de retomada econômica. O momento é importante para que as empresas planejem seus próximos passos e os possíveis cenários futuros, adequando o que for necessário e buscando novas possibilidades dentro do mercado que atuam. O ano que passou trouxe grandes desafios, mas também trouxe um novo olhar e uma nova dinâmica para os negócios.

Líderes: vocês atuam como agentes de mudança cultural na hora de transformar seus negócios?

Quem não conhece a frase célebre de Peter Drucker e altamente difundida no mundo empresarial que “a cultura engole a estratégia no café da manhã”?  

Por muitos anos fui executiva de RH em diferentes empresas e observei nitidamente o equívoco de algumas ações planejadas, contrariando totalmente a cultura organizacional. No entanto, o que eu via com nitidez e repetia insistentemente “pessoal, isso é cultural”, muitas vezes não era entendida ou visualizada pelos meus colegas, o que me fazia refletir o quanto a obviedade disso não era observada, tampouco considerada.

Reuniões de planejamento estratégico intermináveis sobre transformação organizacional e empoderamento de lideranças iam por água abaixo no dia seguinte, quando voltávamos para a realidade do trabalho e nos deparávamos com uma rotina de comando e controle, micro gerenciamento e baixa autonomia. O que eu observava é que até existia uma necessidade e um desejo de mudança, mas a realidade, ou seja, a cultura, não permitia que tais anseios se transformassem em ação.

Mas afinal, o que é cultura? De uma maneira bem simples, cultura organizacional pode ser definida como um conjunto de crenças, comportamentos e valores que norteiam (ou devem nortear) as decisões das empresas. É o “jeitão” da empresa, é a forma como ela atua “da porta pra dentro”. É aquilo que percebemos, “cheiramos” e sentimos dentro da organização; é a forma como ela opera de fato.

De acordo com o livro O Novo Código da Cultura, do escritor Sandro Magaldi, a cultura organizacional é composta basicamente de 3 níveis:

·         Artefatos.

·         Normas e Valores.

·         Crenças e pressupostos básicos.

Quanto aos dois primeiros, não há nenhuma novidade. Os artefatos, segundo os autores, trata-se daquilo que é mais visível na empresa – sua estrutura física, os rituais de reuniões, o dress code, etc. Complementando, as normas e valores se referem às regras escritas e não escritas das organizações, fazendo com que os colaboradores saibam o que lhe é esperado e como entregar o seu melhor.

No entanto, o terceiro nível (crenças e pressupostos básicos) trata-se da camada mais profunda da cultura. Trata-se da essência da empresa, do seu coração e que nem sempre trazem elementos articulados de forma explícita. Trata-se daquilo em que a empresa acredita e que não abre mão, considerados muitas vezes como “tabus”, pois são elementos “imexíveis”. Para navegar aqui, é preciso ter entendimento do negócio, saber fazer a correta leitura de cenário e do contexto e confesso que nem sempre isso parece óbvio. Infelizmente é aqui nesta camada que o “walking the talk” pode dar uma falhada.

Mas o que Cultura Organizacional tem a ver com transformação, com recomeço, com mudanças? No meu entendimento, TUDO!

Atualmente as empresas foram convidadas, ou melhor, convocadas a se transformarem. Seja por uma necessidade de mercado, seja pela mudança de comportamento dos consumidores, seja pela chegada de um novo player, seja pela pandemia. É fato: a maior parte das organizações precisam se reinventar.

As novas ações e decisões serão os elementos determinantes para esta mudança cultural. Lógico que se faz necessário um plano minimamente estruturado para isso, mas se por exemplo,  a necessidade de uma empresa é se tornar mais digital, ela precisa contratar as melhores pessoas e recursos com estas competências (e deixá-las trabalhar); se preciso de uma liderança mais autônoma, preciso criar situações onde estes líderes possam assumir riscos e tomar decisões (sem medo); se preciso de uma empresa mais integrada, preciso redesenhar meus processos para que eu consiga desmobilizar feudos e desenvolver nas pessoas uma visão sistêmica e holística (mudar de fato).

Por último, lembre-se: a cultura de uma empresa é moldada sobretudo pelo comportamento de seus líderes. Se você mudar suas atitudes e seus comportamentos (alinhados aos valores e crenças da organização) você será um agente desta mudança cultural. Caso contrário, você irá falhar e nada, infelizmente, mudará.

Texto colaboração de Simone Martins, psicóloga e consultora especializada em gestão de pessoas, processos e mudanças (www.plugrh.com.br).

Por que o balanço patrimonial é indispensável?

O relatório apresenta um check-up da saúde financeira da empresa e mostra se o momento é propício para reter gastos ou fazer investimentos 

Embora seja considerado como o demonstrativo financeiro mais importante de um negócio, o Balanço Patrimonial ainda é negligenciado por uma parcela significativa de empreendedores, empresários e gestores que não compreendem o papel fundamental que esse relatório exerce para manter em dia a saúde financeira da empresa. Afinal, ele faz um levantamento completo de todos os bens e direitos do negócio. 

Também chamado de Balanço Contábil, o relatório compõe as demonstrações financeiras obrigatórias, por meio das quais retrata a sua posição patrimonial em determinado momento do tempo, considerando todos os fatos contábeis registrados ao longo de um período. Por meio dele são levantadas as movimentações econômicas, financeiras, de bens, direitos e obrigações. Também são identificados todos os investimentos e suas fontes de recursos. 

Por esses motivos, o Balanço Patrimonial [junto com uma Demonstração de Resultado do Exercício] é uma excelente fonte de informação para o planejamento e ação das empresas”, explica o contador Márcio Dorigon, da DS Contadores Associados. A partir de uma visão ampla e clara de todos os valores, é possível identificar como andam os lucros e se o momento é propício para investir ou reter gastos.

O demonstrativo pode ser usado de duas formas: como balanço gerencial, para auxiliar os gestores e sócios nas tomadas de decisões; ou como balanço financeiro, que tem como finalidade informar ao governo, aos acionistas e às instituições financeiras a real situação econômica do negócio. “Para que isso seja possível, os dados apresentados deverão ser confiáveis e o relatório deverá ser elaborado por profissionais de contabilidade capacitados e registrados pelo conselho de classe, que irá organizar e classificar as informações em blocos para o empresário”, orienta o contador.

Em resumo, com o Balanço Patrimonial aliado às demais demonstrações financeiras obrigatórias estabelecidas pelos órgãos competentes, é possível ter uma posição patrimonial da empresa e conhecer todos os bens, direitos e obrigações em determinado período; entender as fontes de recursos para os investimentos da empresa; observar a sua evolução histórica para o planejamento e ação futura; permitir e dar lastro ao pagamento de dividendos aos sócios da empresa; facilitar o planejamento tributário da empresa; e fornecer informações úteis para as partes interessadas (stakeholders/acionistas).

Ativos e passivos

Para elaborar o relatório, os contadores fazem a divisão considerando os ativos (termo utilizado para expressar os bens, valores, créditos e direitos) e os passivos (que correspondem à parte das obrigações devidas a terceiros). Os valores são agrupados em contas para facilitar a análise e a ordem é determinada pela liquidez, sendo que as contas mais líquidas vêm em primeiro e as demais na sequência. Conforme Dorigon, o Balanço permite duas visões claras: a patrimonial e a de fontes e aplicação de recursos.

Os ativos são todos os bens, direitos e recursos de um negócio, ou seja, tudo o que possa gerar algum valor econômico, como equipamentos, veículos, maquinários, móveis e estoques, por exemplo, bem como contas a receber. Eles são divididos em circulantes, que são os direitos que a empresa possui e que consegue realizar e transformar em dinheiro em um período inferior a um ano. Caixa, bancos, contas a receber e estoques são as principais contas do circulante. Há ainda os ativos não-circulantes, compostos pelos bens e direitos com realização acima de um ano. Neles estão os direitos de mais longo prazo, no realizável de longo prazo e os bens da empresa, como o imobilizado e os investimentos.

Os passivos também são separados por estruturas para facilitar a leitura e análise do relatório. São elas: circulantes (obrigações com vencimento de um prazo de até um ano, tais como fornecedores, empréstimos e impostos), não-circulantes (compostas por obrigações com vencimento superior a um ano, como empréstimos de longo prazo); e patrimônio líquido (onde estão os recursos diretamente investidos pelos sócios, capital social, reserva de capital, reserva de lucros, prejuízos acumulados).

O patrimônio líquido também compõe o Balanço Contábil. Ele compreende os recursos próprios da empresa e o seu valor é a diferença positiva entre o valor do ativo e o valor do passivo. Na Contabilidade, a ideia é que haja equilíbrio entre ativos e passivos, sendo que o total de ativos deve ser igual ao total de passivos, e quem garante o sucesso dessa conta é o patrimônio líquido.

Obrigação legal

Além de ser útil para o crescimento da empresa, o Balanço Contábil faz com que os empreendedores, empresários e gestores estejam em dia com as questões legislativas, uma vez que a obrigatoriedade da elaboração desse documento está prevista no art. 1.179 do Código Civil. Também a lei nº 6.404/76, que estabelece as características e natureza da companhia ou sociedade anônima e as normas do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) declaram o documento como indispensável. A legislação determina, portanto, que todas as empresas devem elaborar o seu balanço patrimonial, inclusive aquelas que optam pelo Simples Nacional.

Prejuízos
Conforme Dorigon, as perdas para o empresário que negligencia esse relatório são grandes. “Ao meu ver, é literalmente navegar em mar revolto sem bússola e sem destino, pois as informações geradas pelo balanço e suas demonstrações são essenciais para tomadas de decisão na gestão”, observa. “Caso ele não seja produzido, além desse prejuízo, haverá também sanções administrativas, como impedimento para participar de licitações públicas e impedimento para requerer a recuperação judicial”, complementa. O time de profissionais da DS contadores está disponível para assessorar as empresas, orientar e tirar dúvidas.

Contratação de um novo funcionário: passo a passo para não errar.

Um processo de contratação bem feito é imprescindível para garantir respaldo legal à empresa

Para quem está de fora do dia a dia de um RH, a contratação de um novo funcionário pode parecer simples, mas, na verdade, é um dos processos mais burocráticos que fica sob a responsabilidade desse departamento. Não basta apenas conduzir um processo seletivo de excelência e admitir um funcionário que atenda às expectativas da empresa, é fundamental que a gestão se atente às legislações e aos documentos que precisam ser apresentados e/ou armazenados para evitar qualquer inconsistência que possa incorrer em ações trabalhistas, penalidades e multas. Como fazer esse processo de forma legal e assertiva? A analista de Departamento Pessoal da DS Contadores, Paula Regina, detalha as questões burocráticas.

O primeiro passo para dominar a parte técnica da admissão é estudar e manter-se atualizado por meio de fontes idôneas. Munida de informações e com o candidato selecionado, a empresa pode partir para a parte prática da contratação, primeiramente encaminhando-o para o exame admissional. Assim que o médico emitir o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO), este deve ser entregue à empresa, antes do início das atividades do novo funcionário, juntamente com os documentos necessários para efetivação do registro. 

Os documentos para efetivação do registro do novo funcionário são: ficha de admissão (a DS disponibiliza o modelo), RG, CPF, título de eleitor, carteira de motorista (caso tenha), comprovantes de escolaridade e de residência, número do Programa de Integração Social (PIS) ou Número de Identificação Social (NIS), Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS). A analista de DP da DS ressalta que após 48 horas, a carteira deve ser devolvida ao empregado com um protocolo de entrega e devolução assinado pelo mesmo. Para a contratação também são necessários: certificado de reservista ou prova de alistamento no serviço militar (para homens de 18 a 45 anos), certidão de nascimento ou de casamento, certidão de nascimento de filhos menores de 21 anos para cadastro de dependentes, declaração de dependentes e foto 3X4. 

Com a implantação do eSocial (sistema online criado pelo governo federal para centralizar a entrega de informações de empregados pelos seus empregadores) a partir de 2018, as empresas passaram a ser obrigadas a enviar o evento S-2190 (Admissão de Trabalhador – Registro Preliminar) até a véspera do início das atividades do novo profissional, portanto, não é mais possível fazer admissão retroativa. 

Multas

O eSocial não trouxe novas legislações, ele passou a fiscalizar a vigente (Consolidação das Leis de Trabalho) no prazo de cinco anos a contar da data de envio das informações. Conforme previsto na CLT, o empregador que mantiver colaborador não registrado ficará sujeito a multa no valor de R$ 3 mil por empregado não registrado, acrescido de igual valor em cada reincidência. Em se tratando de microempresa ou empresa de pequeno porte, a multa aplicada será de R$ 800 por empregado não registrado.

No ato da admissão, o empregador deve fornecer ao empregado um documento no qual constem a data de admissão, a natureza do trabalho, o salário e a forma de seu pagamento, bem como documentações complementares como manual de políticas e normas internas com as regras da empresa. O não cumprimento pode incorrer em multa de valor igual a um salário-mínimo regional.

Paula observa que o não recebimento dos documentos antes do início do trabalho está entre os erros mais comuns na condução de uma admissão. Outra grande falha, segundo ela, é a falta de uma análise real da necessidade da empresa. “Sem isso, acaba havendo uma contratação com carga horária ou salário incompatível com o negócio”, alerta.

Elencadas as demandas da empresa, é necessário definir qual será o tipo de contrato, sendo os principais: por tempo determinado ou indeterminado, de trabalho temporário, intermitente, parcial, de estagiário ou menor aprendiz.