Gestores devem considerar diferentes fatores, como custos e investimentos, e elaborar um planejamento financeiro estratégico
Nesta época do ano, as instituições particulares de ensino passam pelo desafio de definir as mensalidades para o próximo exercício letivo. A tarefa não é simples e exige muita atenção no cálculo para que o resultado não espante os alunos ou prejudique as finanças da escola. Para acertar o raciocínio, é necessário colocar o orçamento na ponta do lápis e fazer um bom planejamento financeiro.
Equilibrar os gastos e as entradas é a chave para não oferecer serviços a preços muito abaixo do mercado e nem muito acima, e para desenvolver um pensamento estratégico, especialmente neste período difícil de pandemia de Covid-19, que prejudicou a saúde financeira de muitas pessoas e empresas.
O diretor contábil Márcio Dorigon, da DS Contadores Associados – que atende diversas escolas particulares de Londrina e região e auxilia os gestores no processo de precificação -, observa que o segmento da Educação foi um dos mais afetados no último um ano e meio, pois a perda de renda de muitas famílias fez com que elas transferissem seus filhos para escolas públicas ou pleiteassem descontos. “Isso afetou drasticamente o setor educacional e causou uma insegurança por parte das escolas no que diz respeito às mensalidades/anuidade para 2022”, relata.
A orientação do contador às instituições de ensino que pretendem se estabelecer e/ou crescer neste nicho altamente competitivo é que avaliem seus custos fixos e variáveis e, principalmente, definam uma estratégia de manutenção ou de inovação perante o seu público e mercado de atuação. Devem ser estabelecidos os fundamentos para uma boa formação de preço prevendo a estrutura operacional e a necessidade eventual de investimentos em materiais didáticos, na infraestrutura, no corpo docente e no quadro de colaboradores.
A partir do momento que o gestor entende seus custos e define sua estratégia de atuação, também pode observar seus concorrentes para identificar quais são suas estratégias e preços para melhor definir os caminhos a serem seguidos e, então, apresentar seu preço aos clientes.
Nesse contexto, a planilha de formação de preço é indispensável, pois, com ela, o gestor educacional consegue planejar de forma consistente o seu próximo ano educacional atendendo questões pedagógicas, acadêmicas, de manutenção, de ampliação e de investimento. “Se não tomar esse cuidado, a tendência é que haja uma dificuldade maior para manter a instituição”, alerta.
Tendo em vista a alta da inflação, o aumento nos índices de energia elétrica, por exemplo, e a tendência de acréscimo nas contas administradas pelo Governo, há uma previsão de reajuste entre 9% e 12% nos valores das anuidades educacionais, de acordo com Dorigon. “Esse acréscimo é inevitável para que a escola possa fazer uma boa prestação de serviços”, considera.