Como transformar a cultura da sua empresa?

Tempo, esforço, foco e um plano de ação bem estruturado são essenciais para que a mudança aconteça

Nos últimos anos, o ritmo das mudanças no meio empresarial tornou-se bastante acelerado. Em 2020, em virtude da pandemia do novo coronavírus, ficou ainda mais evidente a necessidade de se reinventar, seja para enfrentar as dificuldades impostas pelo novo cenário ou para aproveitar o momento e expandir o negócio. Não há dúvida de que o momento é de transformação, mas não basta apenas decidir mudar e tomar decisões importantes da noite para o dia. A regra de ouro é focar na cultura organizacional, pois ela é indispensável para definir como a empresa se posiciona e se diferencia no mercado.

Antes de mais nada, vale entender o que significa este termo. Cultura organizacional (também chamada de cultura empresarial e corporativa) consiste na definição da forma com que a organização conduz seus negócios e se relaciona com seus clientes e colaboradores. De acordo com a psicóloga Simone Martins, fundadora e consultora da Plug RH, é o “jeitão” da companhia, são seus ritos, artefatos e atributos: “A cultura organizacional é o DNA da organização, seja ela uma gigante ou uma microempresa”, define.

Diante de um contexto de transformações pelo qual muitos estão passando, é importante falar sobre cultura corporativa, pois qualquer mudança que impacta uma empresa vai impactar também a sua cultura. Não basta simplesmente circular um memorando informando o que será diferente a partir de amanhã, é necessário concretizar um novo método que envolva as características que constituem a essência da empresa.

Conforme Simone, geralmente, a transformação ou a mudança que são desejadas estão completamente opostas à cultura da companhia, ao seu jeito de ser. No entanto, ela garante que mudar é possível desde que exista uma jornada que envolva mudança de ritos dentro da empresa, (se necessário) na forma de estabelecer o poder, no envolvimento de mais pessoas nas decisões, na aquisição de inteligência artificial para o negócio ganhar agilidade e na adoção de formas diferenciadas de gerenciamento dos times.

Tempo, esforço, foco e um plano de ação muito estruturado serão essenciais para que a transformação ocorra, assim como a mudança de alguns ritos e artefatos da velha cultura em prol da nova cultura. Vale lembrar que o posicionamento da liderança neste processo é fundamental. “Se a alta direção da companhia não assumir um papel de embaixador dessa nova cultura, nada acontece. Ela deve ser a grande gerenciadora da mudança, atuar no mindset, trazer um outro olhar e ensinar os funcionários a entenderem a importância de novas formas de trabalho, de novas formas de fazer a mesma atividade”, ensina a consultora da Plug RH.

No Brasil, empresas que têm um olhar mais à frente vêm percebendo a importância da transformação há pelo menos 10 anos, no entanto, a pauta se destacou no último ano porque, com a chegada da pandemia, muitas companhias tiveram de fazer demissões de maneira desestruturada, colocaram colaboradores em home office às pressas e precisaram pensar em novos modelos de trabalho num piscar de olhos. Neste contexto, a cultura organizacional ganhou evidência quando algumas empresas começaram a fazer ensaios para mudança e não conseguiram mudar. 

Planejamento estratégico

Como falar de transformação digital numa cultura conservadora? Como empoderar as pessoas se o poder está centralizado? Como delegar mais se os líderes são centralizadores? Como motivar os times da empresa a produzirem mais se ela não compartilha seus resultados? Como trazer para uma cultura de muito empreendedorismo o mínimo de processo, de rotina?  

Para quem quer se transformar, o primeiro passo é elaborar um planejamento de negócio muito claro que mostre para onde a empresa quer ir e em quanto tempo. Com base nisso, deve ser feito um levantamento de quais perfis são necessários para ela. “O processo não é muito complexo, mas exige uma liderança interna de RH forte em cultura e processos ou uma consultoria de RH especializada que faça um redesenho organizacional e a implantação da cultura organizacional”, orienta a consultora. 

Painel DS CONNECT

Simone Martins será palestrante no Painel Online DS CONNECT – da DS Contadores Associados, que será realizado no dia 11 de março, às 20 horas, com o tema “A gestão do amanhã chegou! Como manter o seu time engajado ao longo de 2021” (site do evento para inscrição: https://www.sympla.com.br/a-gestao-do-amanha-chegou-como-manter-o-seu-time-engajado-ao-longo-de-2021__1132723). 

Além de psicóloga com MBA em Gestão de Pessoas e Coach Executivo certificado pelo ICI/ICF, Simone Martins reúne passagens como HR Leader em empresas como Grupo TV1, Bunge Alimentos, Cervejarias Kaiser e Coca-Cola Femsa. Também é fundadora da Plug RH, na qual conecta sua experiência de mais de 20 anos de carreira executiva com a atuação como consultora.

Reflexões sobre pandemia e gestão das clínicas médicas.

Estamos vivendo um ano diferente de tudo o que vivemos até hoje. A pandemia do Novo Coronavírus tem sido um desafio à parte para as empresas e, na área da saúde, não é diferente. Os desafios do cenário atual têm refletido em grandes mudanças tanto estruturais quanto de mentalidade para médicos e gestores de clínicas e hospitais em todo o Brasil.

Por um lado, no início da pandemia, cirurgias eletivas e muitas consultas foram canceladas devido ao distanciamento social e isolamento da quarentena. Isso teve um rápido impacto no faturamento das clínicas médicas. Por outro lado, médicos tiveram que se adaptar rapidamente para atender os pacientes de forma remota, já que as urgências de saúde continuaram normalmente, mesmo com grande parte das clínicas fechadas.  

No início do mês de abril, a reabertura das clínicas foi autorizada e diversas medidas foram tomadas, entre elas a obrigatoriedade do distanciamento e do uso de máscaras, a disponibilização de álcool em gel, adaptação da sala de espera, a diminuição dos atendimentos presenciais e a adoção da telemedicina, de acordo com a Lei 13.989, de 15 de abril de 2020, que permitiu a oferta de consultas realizadas remotamente durante a pandemia. Para isso, equipamentos foram adquiridos e as clínicas tiveram que ser melhor estruturadas para atender os pacientes virtualmente e com a melhor experiência possível.

A neuropediatra e sócia da Clínica N3, Dra. Daniela Godoy, conta a maneira que encontrou para lidar com a telemedicina em sua atuação:

A prática da telemedicina tem muitas limitações ainda, mas chegamos a atender um paciente em Macapá. Na Neuropediatria precisamos avaliar diversos aspectos e comportamentos da criança. Encontramos, neste caso, a solução de pedir à mãe para filmar a criança pela casa, no dia a dia, por exemplo, mostrando os comportamentos notados.”

Enquanto, por um lado, a telemedicina exigiu adaptações e agilidade por parte dos médicos e gestores das clínicas, por outro lado, acelerou o processo de transformação digital e ampliou a possibilidade de atender pacientes em diversas localidades do Brasil. Em meio aos desafios, novas oportunidades surgiram. Além disso, durante a pandemia, ficou evidente a necessidade de um bom planejamento financeiro para facilitar a tomada de decisão e trazer clareza em cenários incertos ou de crise. 

Na nossa formação em medicina, não aprendemos administração de empresas e o apoio de profissionais competentes para a gestão da clínica é essencial. Quando precisamos fechar a clínica devido a pandemia em abril, o sentimento foi de desespero e de dúvidas em relação à tomada de decisão. Nos preocupamos muito com o que poderia acontecer. A DS Contadores nos ajudou muito a reorganizar a parte financeira, planejar e agora tudo está sob controle.”, completa Dra. Daniela Godoy. 

Neste cenário de imprevisibilidade, as empresas necessitam de um planejamento financeiro minucioso e consistente para reorganização do fluxo de caixa e mapeamento de caminhos para a garantia do equilíbrio das contas no médio e longo prazo. O apoio de profissionais especializados em gestão contábil é essencial para o momento, inclusive para a orientação de adaptações do modelo de negócio ou, então, aconselhamento sobre linhas de crédito específicas e disponíveis para a categoria. O momento atual exige reflexão e é uma oportunidade para a inovação da gestão das clínicas médicas e hospitais. Deixe aqui seu comentário ou sua reflexão sobre o momento que passamos.