Reflexões sobre pandemia e gestão das clínicas médicas.

Estamos vivendo um ano diferente de tudo o que vivemos até hoje. A pandemia do Novo Coronavírus tem sido um desafio à parte para as empresas e, na área da saúde, não é diferente. Os desafios do cenário atual têm refletido em grandes mudanças tanto estruturais quanto de mentalidade para médicos e gestores de clínicas e hospitais em todo o Brasil.

Por um lado, no início da pandemia, cirurgias eletivas e muitas consultas foram canceladas devido ao distanciamento social e isolamento da quarentena. Isso teve um rápido impacto no faturamento das clínicas médicas. Por outro lado, médicos tiveram que se adaptar rapidamente para atender os pacientes de forma remota, já que as urgências de saúde continuaram normalmente, mesmo com grande parte das clínicas fechadas.  

No início do mês de abril, a reabertura das clínicas foi autorizada e diversas medidas foram tomadas, entre elas a obrigatoriedade do distanciamento e do uso de máscaras, a disponibilização de álcool em gel, adaptação da sala de espera, a diminuição dos atendimentos presenciais e a adoção da telemedicina, de acordo com a Lei 13.989, de 15 de abril de 2020, que permitiu a oferta de consultas realizadas remotamente durante a pandemia. Para isso, equipamentos foram adquiridos e as clínicas tiveram que ser melhor estruturadas para atender os pacientes virtualmente e com a melhor experiência possível.

A neuropediatra e sócia da Clínica N3, Dra. Daniela Godoy, conta a maneira que encontrou para lidar com a telemedicina em sua atuação:

A prática da telemedicina tem muitas limitações ainda, mas chegamos a atender um paciente em Macapá. Na Neuropediatria precisamos avaliar diversos aspectos e comportamentos da criança. Encontramos, neste caso, a solução de pedir à mãe para filmar a criança pela casa, no dia a dia, por exemplo, mostrando os comportamentos notados.”

Enquanto, por um lado, a telemedicina exigiu adaptações e agilidade por parte dos médicos e gestores das clínicas, por outro lado, acelerou o processo de transformação digital e ampliou a possibilidade de atender pacientes em diversas localidades do Brasil. Em meio aos desafios, novas oportunidades surgiram. Além disso, durante a pandemia, ficou evidente a necessidade de um bom planejamento financeiro para facilitar a tomada de decisão e trazer clareza em cenários incertos ou de crise. 

Na nossa formação em medicina, não aprendemos administração de empresas e o apoio de profissionais competentes para a gestão da clínica é essencial. Quando precisamos fechar a clínica devido a pandemia em abril, o sentimento foi de desespero e de dúvidas em relação à tomada de decisão. Nos preocupamos muito com o que poderia acontecer. A DS Contadores nos ajudou muito a reorganizar a parte financeira, planejar e agora tudo está sob controle.”, completa Dra. Daniela Godoy. 

Neste cenário de imprevisibilidade, as empresas necessitam de um planejamento financeiro minucioso e consistente para reorganização do fluxo de caixa e mapeamento de caminhos para a garantia do equilíbrio das contas no médio e longo prazo. O apoio de profissionais especializados em gestão contábil é essencial para o momento, inclusive para a orientação de adaptações do modelo de negócio ou, então, aconselhamento sobre linhas de crédito específicas e disponíveis para a categoria. O momento atual exige reflexão e é uma oportunidade para a inovação da gestão das clínicas médicas e hospitais. Deixe aqui seu comentário ou sua reflexão sobre o momento que passamos.

O diálogo na gestão de marcas durante a pandemia do Covid-19.

Por todos os lados lemos e ouvimos o quanto estamos passando por um momento único na história. Todos fomos pegos de surpresa com a pandemia do Covid-19 e tivemos que mudar nossa rotina drasticamente em poucos dias. Gerenciar e posicionar uma marca neste contexto novo e incerto é um desafio para todas as empresas. Preocupados prioritariamente com o impacto no faturamento, a possível redução do quadro de funcionários e outros desafios trazidos pela crise atual, muitos gestores acabam deixando de lado e negligenciando a estratégia de comunicação e a gestão das marcas.

Marca é a soma das diferentes percepções que as pessoas têm em relação a uma empresa, seus produtos e serviços. É a imagem construída ao longo dos anos em relação ao que a empresa diz sobre ela mesma e sobre suas atitudes e entregas. Ela é o ativo intangível mais valioso de uma organização. É o próprio negócio. O propósito de uma marca determina o modo como a empresa se relaciona com seus públicos e toma suas decisões.

O acúmulo da reputação (positiva ou negativa) de uma marca é crucial em momentos de crise. Lembrando que a boa reputação é resultado da coerência entre discurso e prática pautada na transparência e no relacionamento com os diversos públicos de uma empresa. E, nessa lógica, as marcas precisam manter a coerência com seu propósito antes, durante e depois de uma crise.

Empresas com boa reputação de marca têm, mais facilmente, uma segunda chance do consumidor e de seus públicos em caso de erros ou deslizes na tomada de decisões. Preocupação com ajustes de rotas e a boa vontade das organizações diante da situação atual serão bem vistos no curto e no longo prazo. De qualquer forma, sabemos que não existe um guia de sobrevivência para as marcas na pandemia do Covid-19. Tudo é muito novo e os gestores passarão muitos erros e acertos. No caso da gestão de marcas, o melhor caminho é o diálogo e a aproximação com os públicos impactados pela empresa. É hora de estar junto.

Retomando um pouco a evolução do marketing, sabemos que o consumidor já não decide sua compra baseado apenas em preço, qualidade e acessibilidade. Já não é mais suficiente explorar apenas o valor agregado e as vantagens dos produtos e serviços para o consumidor. É preciso olhar todos os públicos e os impactos ambientais e sociais causados pela empresa. Hoje as pessoas estão mais críticas, dispostas a contestar as atitudes das marcas e a preferirem empresas que defendem causas.

Em 2018, segundo uma pesquisa do Fórum de Marketing Relacionado à Causa (Ipsos, Cause, ESPM e Instituto Ayrton Senna), 77% dos consumidores esperavam que as empresas contribuíssem mais para a sociedade. Cerca de 82% dos entrevistados já se declaravam favoráveis a empresas que contribuem para uma causa. Em períodos como o que estamos vivendo, a cobrança por um posicionamento e atitudes socialmente responsáveis das marcas é intensificada. Assim como, o olhar crítico para a coerência entre discurso e prática. O assunto Covid-19 e a crise atual torna-se ainda mais delicado para marcas que nunca deram atenção para ações sociais e afins. Mesmo assim, este é o momento de começar a agir e dialogar.

As marcas precisam manter o relacionamento com seus públicos aquecido. O momento é propício para ouvir as pessoas. Atitudes tomadas agora serão reverberadas por muito tempo trazendo reflexo, inclusive, na hora do consumidor tomar a decisão de compra lá na frente. Um bom trabalho de comunicação é crucial para manter a empresa viva na mente das pessoas e para posicionar corretamente as marcas. A empresa que dialogar hoje, se conectará mais facilmente com seus públicos no futuro.

É preciso tomar alguns cuidados.

A prudência na abordagem e na definição do objetivo da comunicação é essencial. O consumidor entende que as empresas precisam sobreviver e manter o emprego de seus funcionários. A economia precisa continuar girando. No entanto, agora não é o momento de estimular a venda dos produtos de maneira agressiva. Não dá para fazer uma comunicação apenas focada em conversão de vendas neste momento.

As ações sociais não devem ser confundidas com ações de marketing. É preciso parcimônia e cuidado nesta comunicação. A divulgação das ações sociais praticadas durante a pandemia deve ter o intuito de estimular outras marcas a fazerem o mesmo. Além disso, é importante a coerência entre a causa abraçada e o propósito da marca. Este é um momento para agir coletivamente, cocriar e atuar em rede. Um bom exemplo é a ação feita em parceria da Avon com a Natura para ajudar mulheres vítimas de violência doméstica durante a pandemia do Covid-19.

Outro ponto fundamental é de que a estratégia de comunicação deve começar com o público interno. O diálogo deve ser iniciado primeiramente com os funcionários das empresas, que precisam sentir-se seguros e acolhidos. Líderes precisam estar próximos de sua equipe e a preocupação com o bem-estar de todos é primordial, tanto na fala quanto nas ações promovidas pela empresa.

Uma outra preocupação é em relação ao posicionamento pós pandemia. Não vai dar para agir como se tudo tivesse voltado ao normal de uma hora para a outra. A recuperação de uma crise é lenta. Além do mais, teremos uma evolução e não uma volta a rotina e as práticas de antes da pandemia. As marcas devem, mais do que nunca, investir em estratégias de conteúdo, relações públicas e na humanização das ações.

É preciso ficar atento às mudanças já trazidas pela crise atual. Conceitos como o consumo consciente e a economia colaborativa estão sendo acelerados. Os problemas sociais estão mais expostos e, como já colocado, a preocupação com as causas apoiadas pelas empresas serão ainda maiores. No mundo pós pandemia — a brave new world, o consumidor passará a escolher novas marcas. Neste sentido, as marcas precisam de uma vez por todas agir com transparência, estarem ao lado de todos que são impactados de alguma maneira por elas e terem coerência entre discurso e prática. Está na hora das empresas passarem a se enxergar como comunidade.

A regra do 80/20 vai organizar sua agenda semanal de uma vez por todas.

A cobrança por produtividade e o acúmulo de tarefas têm sido motivos de muita ansiedade e estresse de diversos profissionais. Tentar o tão sonhado equilíbrio entre vida profissional e pessoal muitas vezes é desafiador. Existem algumas técnicas que contribuem para priorização de atividades e um planejamento mais adequado para garantir eficiência em sua rotina.

Não basta sairmos listando o que precisa ser feito aleatoriamente e pronto. Precisamos trabalhar com foco no que vai dar mais resultado ou ajudar a atingir de maneira mais rápida determinado objetivo. Administrar o tempo de um jeito inteligente é uma forma de ter qualidade de vida.

O princípio de Pareto.

Conhecido como a regra do 80/20, o Princípio de Pareto foi criado pelo economista italiano Vilfredo Pareto. É o conceito de que 80% dos problemas vêm de 20% das causas, podendo ser aplicado em várias relações de causa e efeito.

Podemos identificar a lógica de Pareto nas vendas de uma empresa (80% das vendas acabam vindo de 20% dos clientes), no setor de marketing (80% do engajamento vem de 20% da audiência), na vida pessoal (80% dos resultados vêm de 20% dos esforços ou 20% das roupas de um guarda-roupa são usadas 80% das vezes) e em diversos outros contextos.

É curioso ver como o Princípio de Pareto é um padrão que se repete em diversos fenômenos. Claro que não são percentuais exatos e nem uma lei universal, mas podemos dizer que a regra do 80/20 é uma forma de pensar prática, eficiente e que se aplica tanto à vida pessoal quanto aos negócios.

Aplicando Pareto para otimizar seu dia-a-dia.

O princípio 80/20 ajuda a criar uma lista das prioridades que trarão os resultados mais rápidos. Com isso, podemos focar nas tarefas mais importantes, ter mais produtividade e eliminar itens que nos tomam tempo desnecessário. Podemos treinar essa forma de pensar (e agir) em nossa rotina semanal e, depois, aplicarmos a mesma regrinha para as despesas pessoais, para as tarefas da sua equipe de trabalho e na realização de todos os seus projetos.

Vamos para um passo-a-passo simples:

1) Liste todas as tarefas do dia e meça o tempo que você gasta para executar cada uma delas. Comece a observar onde a maior parte do seu tempo está sendo dedicado e anote.

2) Pegue agora essa lista de tarefas e veja quais delas mais contribuem para a realização dos seus objetivos. Ou seja, os 20% de atividades que deverão ser priorizados no seu planejamento diário e semanal.

3) Agora divida seu dia em blocos e distribua as tarefas prioritárias (20%) primeiro. Dedique 80% dos seu tempo para elas.

4) Tente eliminar os tomadores de atenção: redes sociais, e-mails, Whatsapp etc. Uma dica é ter alguns momentos da sua agenda diária dedicados para responder as mensagens. E, no restante do tempo, focar na realização das outras tarefas. Considere também que você pode ter interrupções na sua rotina e, por isso, sempre faça uma previsão de tempo um pouco maior do que a mensurada para cada tarefa.

Aplicar o Princípio de Pareto é um hábito e, por isso, leva tempo, requer disciplina e planejamento. Mas, o simples fato de olhar para suas atividades, listá-las e entender os 20% de tarefas que te dão mais resultado, já vai facilitar consideravelmente a forma de organizar sua rotina. Você vai perceber que seu dia-a-dia pode ser muito mais eficiente e que, o que parecia uma bagunça, já não é mais tão difícil de domar.