Os segmentos que mais se destacam no município são os de Saúde, Agronegócio e Tecnologia da Informática e Comunicação
A inovação em Londrina será uma das temáticas abordadas no PAINEL DS CONNECT “Inovar é preciso: caminhos para ‘virar a chave’ na sua empresa e criar uma cultura de inovação”, programado para a próxima terça-feira (22). A discussão acerca do assunto é fundamental, visto que Londrina é um dos ecossistemas de inovação mais maduros do Paraná, a segunda cidade com maior número de startups (180). Ela fica atrás apenas de Curitiba, que soma 422 startups, conforme mapeamento realizado pelo Sebrae/PR em novembro de 2020 e divulgado no início deste ano.
“Sem dúvida nenhuma, Londrina é uma das principais cidades no Brasil do ponto de vista de inovação. Sistematicamente ela tem aparecido entre as 15 mais inovadoras nos diversos rankings que monitoram esses quesitos no País”, afirma Cristiano Teodoro Russo, empreendedor, professor e head de inovação na aceleradora Hotmilk/PUCPR Londrina. As verticais que mais se destacam no município são as de Saúde, Agronegócio e Tecnologia da Informática e Comunicação.
A cadeia local do agronegócio, segundo o professor, é “muito poderosa”. “Daqui saiu, por exemplo, o primeiro leilão internacional de café em blockchain [um processo semelhante ao de criptomoedas] do Brasil, por meio de uma startup que dispõe dessa tecnologia”, comenta. No entanto, outros setores também vêm se desenvolvendo muito rapidamente do ponto de vista de tecnologia e inovação e conquistando espaço, como a Indústria Metalmecânica, a Construção Civil, o Direito e o Turismo (que tem buscado constantes inovações, de forma especial neste período de pandemia).
Inovação em Saúde
Historicamente, Londrina sempre foi relevante na área da Saúde; na cidade foi feito o primeiro transplante renal do Paraná e, hoje, ela é referência nesse tipo de procedimento. Além disso, também dispõe do primeiro centro implantado de cirurgia robótica do Sul do País, o que, segundo o professor, é um ativo muito importante para a cidade, pois a posiciona ao lado dos grandes centros que oferecem esse tipo de serviço, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Florianópolis.
Londrina conta com startups que atuam em várias áreas na cadeia de Saúde (como produção de freezer para armazenamento das vacinas, porcelanato para odontologia e cosméticos) e, além de ganharem relevância por desenvolverem tecnologias, impulsionam a cadeia do setor. Por meio de programas e da governança em Saúde, que é o grupo Salus – Saúde Londrina União Setorial (projeto da sociedade civil organizada em parceria com o Sebrae), há um impulsionamento no setor no que se refere à inovação.
A cidade é conhecida, inclusive, por ser pioneira em algumas iniciativas: foi a primeira do Brasil, por exemplo, a realizar um hackaton (encontro de programação que movimenta a área de tecnologia para criar soluções inovadoras) focado em Saúde dentro de um hospital. “Essas iniciativas posicionaram o ecossistema de tecnologia em Saúde de Londrina em destaque”, frisa Teodoro. Atualmente, Saúde é a terceira vertical que mais contribui para a arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS) do município e, segundo o professor, gera 16 mil empregos na cidade. “Sem dúvida, é um segmento muito importante”, ratifica.
O ecossistema de Saúde em Londrina se organizou e hoje há um polo muito forte e expoente, com alguns projetos ainda a serem desenvolvidos e pleiteados junto ao governo federal para uma estrutura mais robusta para tecnologia na área. “O cenário é muito positivo e o objetivo é continuar trazendo soluções inovadoras que possam atender a população de uma maneira sempre melhor”, afirma o professor.
Ele considera que toda a inovação obtida só foi possível pelo trabalho que começou há 15 anos com o Arranjo Produtivo Local de Tecnologia da Informação. “Todas essas áreas só evoluíram porque a governança de Tecnologia da Informação e Comunicação cresceu bastante, melhorou os serviços, os postos de emprego e atraiu novos empregos”, observa. Ele complementa, inclusive, que hoje uma das maiores empresas de tecnologia do mundo está instalada em Londrina. “Isso tudo contribui para o ecossistema da cidade”, analisa.
AtendeDoc
Os londrinenses estão prestes a usufruir de mais um produto inovador, o sistema de telemedicina AtendeDoc, que está com previsão de lançamento para julho. O aplicativo vem para contribuir e dar acessibilidade à Medicina. O professor Cristiano, que é um dos idealizadores do sistema, explica que por meio dessa tecnologia as pessoas poderão ter um médico “na palma da mão”, no aparelho celular, a partir de um dispositivo seguro, com profissionais qualificados na plataforma e serviço de qualidade.
“O objetivo é que o nosso sistema possa atender de forma satisfatória os dois lados, dando segurança tanto para o médico quanto para o paciente, e que garanta o sigilo de toda informação que trafegar nele”, comenta. O segundo passo do projeto é oferecer um telessaúde com profissionais cujo exercício permita o atendimento remoto, como psicólogos e nutricionistas.
Sobre o palestrante
Cristiano Teodoro Russo é ex-presidente e membro do grupo Salus – governança de Saúde de Londrina e região; membro do APL de TIC de Londrina e região, da Associação Brasileira de Startups de Saúde (ABSS), da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS) e do Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação do Município de Londrina. Ele também é idealizador e apresentador do Programa Move, dedicado ao universo das startups.
PAINEL ONLINE DS CONNECT
Para mais informações sobre o PAINEL ONLINE DS CONNECT do dia 22 de junho sobre INOVAÇÃO CLIQUE AQUI. A inscrição é gratuita e as vagas são limitadas.